Foi desolador ver o Coliseu dos Recreios, uma sala que Amália chegou a esgotar, quase "às moscas", como é costume dizer-se, tão poucas foram as pessoas que ali se deslocaram. Se, não contarmos com os artistas e convidados, entre os quais familiares dos premiados, quase diriamos que não valeria a pena fazer o espectáculo para tão poucas pessoas.
A quem imputar a responsabilidade do fracasso da organização ? A Amália não será, porque ela continua no coração do povo, e o seu nome e a sua imagem, continuam a mobilizar um grande numero de pessoas, além de que, só os "amalianos" seriam suficientes para encherem o Coliseu. Quem foi responsavel por tão lamentavel organização, que começou a correr mal, até antes do espectáculo principiar,com o protesto de alguns espectadores das primeiras filas da plateia ( lugares de 25 euros), cuja visão do palco lhes era tapada com a exposição de três vestidos de Amália ? A organização não previu que os vestidos tapariam a visão dos espectadores ? Ou não se colocavam os vestidos, ou não se vendiam alguns lugares, sobretudo aqueles que impediam a visão do palco. Também, de lamentar que a discussão se tivesse arrastado, sem que alguém da organização ( Fundação Amália ou empresa produtora do espectáculo ? ), se tivesse preocupado em resolver o diferendo, que estava a ser gerido com alguma dificuldade, pelos "arrumadores". Resolveu-se o problema retirando do palco os três bonitos vestidos de Amália.
O espectáculo e a organização não foram dignos do prestigio da Grande Artista,não se percebendo a razão, uma vez que já se tinham realizado seis galas, pelo que já havia alguma experiência, até de galas bem concebidas e organizadas, como por exemplo, as do S. Luiz, do Olga Cadaval e do Campo Pequeno. A Gala não terá sido devidamente publicitada, e também os premiados ( ou alguns dos premiados ), não teriam o reconhecimento do publico, não se percebendo onde foram descobrir o mérito que esteve na origem da escolha de alguns dos premiados.
A Gala Amália, quanto a nós, deveria ser um acontecimento, onde os premiados tivessem realmente mérito, e não fossem seleccionados, só por razões de influências... devendo ser um espectáculo onde qualquer artista se sentisse honrado por ser escolhido, para actuar, porque se não houver justiça nas escolhas, o publico "desconfia" e não comparece, acabando por se banalizar um espectáculo, que deveria ser um dos grandes acontecimentos anuais do Fado, em Portugal. Esperemos que a lição tenha sido bem aprendida e que a próxima Gala possa dignificar a Grande Senhora e Grande Artista, que foi Amália.
Por fim, de louvar os artistas que actuaram, entre os quais também alguns premiados, que apesar de terem um PESSIMO SOM, deram o seu melhor, como por exemplo, Maria Amélia Proença, António Chainho, Cidália Moreira e Rodrigo, este o "triunfador" da noite, que, à semelhança de Cidália Moreira, foi aplaudido de pé, durante alguns minutos.
Correu mal, mas como também se aprende com os erros, esperamos que a próxima Gala esteja ao nivel do que Amália merece.
Saudações fadistas
Zé da Viela
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